segunda-feira, 31 de outubro de 2016

até quando vale a pena lutar por um filho nas drogas?

Nunca desista!



Eu me casei aos 19 anos de idade, tive dois filhos. Em
fevereiro de 1989 às 17 hs eu saí do Estado de Santa Catarina
para o Estado do Mato Grosso com meu coração cheio de
esperança. Ao chegar em Sorriso – MT, comecei a trabalhar
como doméstica e lavava roupas para sustentar meus filhos.
Dias depois o meu filho fez 4 anos, minha irmã Nara organizou
tudo, até a roupa me emprestou. Um mês depois chegou
meu marido Vilson, e infelizmente acabou nos deixando
em maio de 1990, era um sábado, estava frio e chuvoso. Na
despedida diante do caixão do meu marido prometi a ele que
iria cuidar dos nossos filhos. Tive que ir morar na casa dos
meus pais que trabalhavam em uma indústria de tijolos fora
da cidade. Eu levava a minha filha para a escola com minha
bicicleta azul, lembro que era muito longe e cansativo. Eu
saía do trabalho às 18 hs, e minha filha me esperava em um
bar de prostitutas, eu havia falado com a dona do bar, e ela
colocava uma cadeira lá fora e minha filha ficava sentada
até eu chegar para buscá-la. Quantos banhos de chuva eu
tomei, quantos tombos de bicicleta eu caí naqueles buracos
feitos pela chuva, eu ia para casa chorando, mas nunca perdi
a esperança. Eu passava os sábados e domingos trabalhando
como manicure para conseguir sustentar meus filhos. Tempos
depois consegui comprar um terreno, e com muito esforço
comecei a comprar o material para construir a tão sonhada
casa. Eu pegava no pesado, carregando tijolos, preparando o
cimento, mas com a ajuda do meu pai conseguimos levantar
a minha casa depois de nove meses de muito trabalho e suor.
Minha filha mais velha acabou engravidando aos 17 anos e
eu me envolvi tanto com aquela situação na época que acabei
deixando meu filho de lado. Mas uma noite meu filho
chegou em casa e foi direto para o seu quarto, eu acordei e
fui verificar. Através de uma fresta na porta eu vi com meus
olhos meu filho ainda um adolescente enrolando um cigarro
de maconha. Eu esperei ele terminar e o vi vindo em direção
à porta, quando ele abriu deu de cara comigo, eu tentei entrar
no quarto e ele me empurrava dizendo que não estava fazendo
nada, mas eu tinha visto aonde ele tinha escondido, eu entrei
no quarto, peguei aquele cigarro em minhas mãos e comecei
a chorar. Aqui começou a minha batalha, corri atrás de muitas
pessoas pedindo ajuda, acabei sendo abandonada por muitos
amigos, alguns familiares já não aceitavam meu filho na casa
deles. Mas isso não iria me fazer desistir, eu pensava: “tem
que haver uma saída”. Certa vez meu filho sumiu, eu fiquei
esperando sentada na área de casa, sem comer, sem beber,
sem dormir, eu só chorava e pedia a Deus que desse mais uma
chance ao meu filho. Eu esperei por dois longos dias, mas
eu sabia que ele iria voltar. Eu já estava muito doente, mas
queria ser forte para poder ajudar meu filho, eu pensava: “se
eu morrer ninguém vai cuidar dele”. Eu estava sem forças
para lutar, estava com uma forte depressão, tomando fortes
remédios, só sentia vontade de morrer. Eu tentei por várias
vezes tirar a minha própria vida. Mas um dia conheci o Pastor
Davi Nicoletti, que me estendeu a mão e se disponibilizou
a ajudar meu filho, a partir daí tudo começou a mudar. Eu
tive três dias inesquecíveis em minha vida, o primeiro, foi
em 04 de Setembro de 2010, quando recebi um convite que
dizia: “Vai ter festa de casamento e você está convidado para
participar”. Meu filho estava se casando. O segundo foi em
Maio de 2012 quando meu filho fez o lançamento do seu
primeiro livro, esse dia foi inesquecível, fizemos uma linda
homenagem para ele. Quando ele esteve internado no centro
de recuperação ele me mandou um cartão que dizia: “Mãe,
um dia todos sentaram para ver a minha derrota, mas um dia
todos vão aplaudir em pé a minha vitória”. Nessa noite, a sua
esposa leu esse cartão para todo o público presente, amigos,
familiares e todas as pessoas presentes começaram a ficar
em pé e aplaudir. O terceiro dia mais alegre da minha vida,
foi quando o mesmo amigo que um dia estendeu a mão para
ajudar meu filho, agora, anos depois, fez uma surpresa para
todos nós. Naquela noite, meu filho que saiu das drogas, foi
ordenado a Pastor, eu chorei muito e um filme passou por
minha cabeça, naquele momento, eu sabia que não tinha lutado
em vão. Quero dizer aos pais que estiverem lendo esse
livro, que quando vocês se depararem com um problema
desses em sua casa, não desistam. Quando as portas baterem
na cara de vocês, outras portas se abrirão. As pessoas certas
sempre vão aparecer para estender a mão para vocês. Eu lutei
e hoje posso dizer com orgulho, meu filho é o Pastor Daniel.

Texto: Neuza Pereira – A melhor mãe do mundo




Fonte: Livro Vida Sem Drogas - Escrito por Daniel Pereira


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